quarta-feira, outubro 25, 2006

É Isso que Importa

O texto abaixo é de uma amiga de longas datas da internet, Verusca Lino. Ela tem 26 anos, mora em Ilhéus/BA, é formada em Biomedicina, mas trabalha atualmente como secretária, está prestes a tentar mestrado em sua área de formação. Afinal, como ela mesma afirma, "não passei 4 anos na facu para nada".
Quanto à gagueira, esta sempre foi um pesadelo em sua vida. "Era horrível imaginar que eu tinha que falar em sala de aula, apresentar seminários e tudo o mais". Para tentar contornar estas situações ela fugiu de algumas situações. Porém, na apresentação da monografia foi impossível fugir. "Apresentei. Não foi a melhor apresentação, mas também não foi a pior".
"Me senti uma vitoriosa por não ter desistido de apresentar, por não ter desistido do meu curso, por não ter desistido da minha vida", sintetiza Verusca.
Depois disso ela decidiu procurar uma ajuda fonoaudiológica. Fez fono durante dez meses e hoje está muito melhor. Cativou a confiança e o respeito de muitas pessoas ao seu redor. Atualmente, ela é líder em vários grupos que participa, "e isso é muito bom! rs" afirma toda contente.
Agora ela ver a vida com uma evolução constante em relação à gagueira. Ela acredita que cada dia que passa, com cada experiência nova surgir uma oportunidade de crescer e melhorar. Sua mensagem para todas as pessoas que gaguejam é: "Não se deixem vencer pela gagueira. Ela não deve ser maior do que nós. Nós podemos superá-la".

Muito agradecido, Verusca, por ter contribuído com este blog. Contribua você também. Junte-se ao Grupo Gagueira, a maior lista de discussão da Internet brasileira, participe dos diálogos que a qualquer momento eu poderei solicitar sua contribuição para este blog.

Leia agora o texto de Verusca:


Olá pessoal!

Muito interessante essa proposta de discussão, porque acho que nossa vida é formada e moldada pelas relações interpessoais; e no nosso caso, por mais que não queiramos, esse tipo de relacionamento fica um pouco dificultado.
Minha relação com familiares é muito boa, apesar de não tocarmos no assunto"gagueira". Na verdade, só falei com meus pais sobre o assunto no ano passado, quando comecei a fazer a terapia com fono. Inclusive meu pai me surpreendeu muito com o apoio que me deu. Hoje não conversamos mais sobre o assunto, mas me sinto muito mais à vontade em conversar com eles sem me preocupar se vou gaguejar ou não.
Com amigos e namorado eu não converso sobre o assunto, mas eles respeitam e não zombam de mim quando falo e vacilo em alguma palavra.
Se bem que ontem eu tive uma reunião com um grupo de estudo que coordeno e quando fui ler um texto "enganchei" em uma palavra e percebi que uma pessoa sorriu. Na hora me deu uma vontade de falar "umas coisas", mas me controlei e continuei minha leitura.
Creio que esses momentos vão continuar acontecendo, mas o que devo fazer é não me incomodar tanto. Tenho certeza que apesar dos "deslizes" a mensagem foi transmitida e compreendida, e é isso que importa.

Verusca Lino
Ilhéus/Ba

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