quarta-feira, setembro 12, 2007

Encarando a Gagueira de Forma Mais Petulante

Amigos,

Após um longo período sem depoimentos, eis que reabrimos este espaço com um belíssimo texto da mineira de Montes Claros, Ana Paula. Ela nos relata como superou a gagueira em uma ocasião específica. Porém, no que eu acredito, o que ela fez é uma das formas que devemos encarar a gagueira para verdadeiramente superá-la. Mesmo tendo ficado nervosa quando preparava a apresentação, no momento da verdade é interessante notar que a imagem de mau falante não se formou, ela não antecipou momentos de gagueira, não gerou emoções negativas nem se preocupou com a forma de falar, ou seja, não pensou em truques para não gaguejar, conseqüentemente, não gaguejou significantemente (devemos sempre nos lembrar que não existe falante 100% fluente). O círculo vicioso da gagueira não se formou. A fala gaguejante deu lugar a uma fala fluente.

É interessante notar, também, que algo que ela estava sentido, foi espelhado nos outros. Ela sentiu-se admirada e viu admiração nos olhares da classe.

Ana Paula está no 4º período de Serviço Social, pretende tentar uma bolsa de pesquisa, de cujo projeto pretenderá analisar a interferência da gagueira no processo de socialização no âmbito pessoal, social e profissional. Esta possibilidade a deixa muito empolgada!

Ela também me relatou a seguinte situação: "Já pensei em assumir a gagueira, em tentar fazer com que as pessoas me valorizem pelo o que eu sou, e não pelo o que eu falo, mas a sociedade não respeita as diversidades e você se sente no dever de se enquadrar num padrão pré-determinado. Com isso, você recorre a truques, manias, tratamentos de forma a amenizar a gagueira. E quando não consegue a amenização a frustração é maior." Essas palavras demonstram claramente que há na sociedade uma "ideologia do bem falar" (Sílvia Friedman), que precisa ser amenizada com campanhas nacionais. Fica aqui o meu apelo para que os órgão responsáveis pelo "Dia Internacional de Atenção à Gagueira" realizem campanha com este foco, visando trabalhar as diferenças em relação às produções verbais.

Parabéns, Ana Paula, vamos ao seu texto:

"Olá, amigos!

Gostaria de relatar uma experiência q tive essa semana....

Sou acadêmica do curso de serviço social e eu sempre tive dificuldade de falar em público.... e também tenho medo de que a gagueira afete o meu lado profissional.

Durante o curso tenho buscado encarar os seminários com naturalidade, apesar de sempre ficar nervosa, ansiosa e muito preocupados com a reação dos ouvintes. E também sempre preocupava muito com a fala em si (se vou gaguejar ou não em tal palavra, por exemplo) e não com o conteúdo da apresentação. Com isso, gaguejava mais q o normal.

Terça-feira, eu tive o primeiro seminário desse período, numa disciplina optativa. Ou seja, não estava acostumada com a turma (já construí uma barreira aí).

Preparei a minha apresentação e fiquei muito mais nervosa, ansiosa, tensa porque, além das questões já citadas, eu ia apresentar pra uma turma que não sabia da minha dificuldade de fala.

Sabe onde busquei força???

Em Deus e em vocês.

Vocês não têm idéia do quanto essa troca de informações, de experiências tá me fazendo bem. Tô encarando a gagueira de forma mais petulante. Tô falando mais. Tô lutando mais contra os meus conflitos.

Muitas vezes, as pessoas fluentes não sabem o que se passa com a gente. Eu acho que gago entende o outro gago perfeitamente. Daí a importância desse grupo para o enfrentamento e para a superação da disfluência.

Sabe qual foi o resultado do seminário? Momentos antes da apresentação eu lembrei de uma mensagem de Sofia (acadêmica de enfermagem). Chutei o balde. Saí dos bastidores. Quis ser protagonista. Não fiquei muito nervosa, tensa e gaguejei BEM menos. Não fiquei tão encanada com a forma de falar. Além disso, percebi nos olhares dos meus colegas da disciplina optativa e do professor admiração por eu ter a coragem de encarar, enfrentar o meu problema (isso foi o mais legal).

Sempre tive medo de olhar irônico, de deboche, de estranheza, de piedade....

Agradeço a todos, especialmente, a Sofia, por fazer parte desse meu processo de enfrentamento.

MIL BEIJOS PRA VCS!!!"

Ana Paula

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Feliz Natal e um Próspero Ano Novo

Amigos,

Em decorrência da aproximação desta data tão importante que é o Natal, bem como pelo novo ano que está para surgir, esta postagem é uma mensagem de um membro do Grupo Gagueira, o Vladimir Micheletti. Ele prometeu que no ano que vem será mais ativo nos debates do querido grupo.
Abraços, Xará! Muito obrigado pela mensagem. A retribuição é pura e verdadeira.

"Feliz Natal e Próspero Ano novo para todos que fazem e que participam desta lista de discussão.

Que no próximo ano possamos aprofundar ainda mais as discussões sobre a solução da gagueira e que socializemos esta.

Muito obrigado por vocês, abraços."

Vladimir D. Micheletti

sexta-feira, novembro 10, 2006

"Mussarela Sim, Presunto Não"

A postagem de hoje é um texto enviado pelo colega A.H. (que preferiu o anonimato) ao Grupo Gagueira. O texto nos transmite bem a sensação de impotência e fracasso que o indivíduo com gagueira pode vivenciar. É interessante notar também como algumas palavras tornam-se altamente poderosas e, desta forma, são praticamente impronunciáveis. De acordo com a minha experiência, em virtude de uma terapia bem sucedida, posso afirmar que isso não é nada mais, nada menos que uma forma que encontramos, mesmo sem percebermos, para nos auto-sabotar. É a consolidação de uma crença, que é falsa! Tenho a certeza absoluta de que o colega A.H. consegue falar quaisquer das palavras que mencionou ter dificuldade. Essa questão, para ser superada, precisa de uma auto-comprovação de que consegue falar as temidas palavras, bem como perceber que o motivo para a "incapacidade" está na crença gerada.

"Pessoal, vou compartilhar com vocês um fato muito constante no meu dia-a-dia. Isso já vem acontecendo há muito tempo. Estou no limite, por isso resolvi postar isso aqui, talvez vocês possam me ajudar.
Na última sexta-feira fui à padaria, a pedido da minha mãe, comprar mussarela e presunto. Ao ouvir a palavra 'presunto', já senti um frio na barriga. Pensei em não aceitar o pedido da minha mãe, mas decidi ir, porque queria saber como seria o meu desempenho diante da palavra, queria me superar, queria ser mais forte do que o meu medo. As palavras que contém 'R' na segunda letra são as que eu tenho mais dificuldades: BR, TR, PR ... etc. Mas lá fui eu, da minha casa à padaria só pensava na palavra 'presunto'. Chegando à padaria as batidas do meu coração estavam a mil. Fiz o pedido da mussarela, mas o pedido do presunto não consegui. Não cheguei nem a tentar falar a palavra. Sabia que iria ter problemas. A atendente ainda perguntou se eu desejava mais alguma coisa, eu apenas balançei a cabeça em sinal de negativo. O pior de tudo foi ver que a minha mãe não fez o que ela desejava por causa da falta do presunto, por causa da minha incompetência em falar 'presunto'. Isso vem acontecendo muito comigo e a cada vez me sinto muito mal, com um grande sentimento de inferioridade."

quarta-feira, outubro 25, 2006

É Isso que Importa

O texto abaixo é de uma amiga de longas datas da internet, Verusca Lino. Ela tem 26 anos, mora em Ilhéus/BA, é formada em Biomedicina, mas trabalha atualmente como secretária, está prestes a tentar mestrado em sua área de formação. Afinal, como ela mesma afirma, "não passei 4 anos na facu para nada".
Quanto à gagueira, esta sempre foi um pesadelo em sua vida. "Era horrível imaginar que eu tinha que falar em sala de aula, apresentar seminários e tudo o mais". Para tentar contornar estas situações ela fugiu de algumas situações. Porém, na apresentação da monografia foi impossível fugir. "Apresentei. Não foi a melhor apresentação, mas também não foi a pior".
"Me senti uma vitoriosa por não ter desistido de apresentar, por não ter desistido do meu curso, por não ter desistido da minha vida", sintetiza Verusca.
Depois disso ela decidiu procurar uma ajuda fonoaudiológica. Fez fono durante dez meses e hoje está muito melhor. Cativou a confiança e o respeito de muitas pessoas ao seu redor. Atualmente, ela é líder em vários grupos que participa, "e isso é muito bom! rs" afirma toda contente.
Agora ela ver a vida com uma evolução constante em relação à gagueira. Ela acredita que cada dia que passa, com cada experiência nova surgir uma oportunidade de crescer e melhorar. Sua mensagem para todas as pessoas que gaguejam é: "Não se deixem vencer pela gagueira. Ela não deve ser maior do que nós. Nós podemos superá-la".

Muito agradecido, Verusca, por ter contribuído com este blog. Contribua você também. Junte-se ao Grupo Gagueira, a maior lista de discussão da Internet brasileira, participe dos diálogos que a qualquer momento eu poderei solicitar sua contribuição para este blog.

Leia agora o texto de Verusca:


Olá pessoal!

Muito interessante essa proposta de discussão, porque acho que nossa vida é formada e moldada pelas relações interpessoais; e no nosso caso, por mais que não queiramos, esse tipo de relacionamento fica um pouco dificultado.
Minha relação com familiares é muito boa, apesar de não tocarmos no assunto"gagueira". Na verdade, só falei com meus pais sobre o assunto no ano passado, quando comecei a fazer a terapia com fono. Inclusive meu pai me surpreendeu muito com o apoio que me deu. Hoje não conversamos mais sobre o assunto, mas me sinto muito mais à vontade em conversar com eles sem me preocupar se vou gaguejar ou não.
Com amigos e namorado eu não converso sobre o assunto, mas eles respeitam e não zombam de mim quando falo e vacilo em alguma palavra.
Se bem que ontem eu tive uma reunião com um grupo de estudo que coordeno e quando fui ler um texto "enganchei" em uma palavra e percebi que uma pessoa sorriu. Na hora me deu uma vontade de falar "umas coisas", mas me controlei e continuei minha leitura.
Creio que esses momentos vão continuar acontecendo, mas o que devo fazer é não me incomodar tanto. Tenho certeza que apesar dos "deslizes" a mensagem foi transmitida e compreendida, e é isso que importa.

Verusca Lino
Ilhéus/Ba

segunda-feira, outubro 16, 2006

Dia Internacional de Atenção à Gagueira

Solicitei a opinião dos amigos sobre o "Dia Internacional de Atenção à Gagueira".

Vejam o que disse Alisson Herbert:

"O Dia Internacional de Atenção à Gagueira talvez seja o dia mais importante do ano para nós. Diante de tantas dificuldades do dia a dia, na escola, na faculdade, no trabalho, creio que um dia seja pouco para expressar o quanto sofremos. O Dia Internacional de Atenção à Gagueira é o dia do nosso respeito, é o dia de nos sentirmos humanos, é o dia em que a Sociedade não sorrir do nosso problema."

sábado, outubro 07, 2006

"Não Imite a Mamãe, Nem Por Brincadeira"

A amiga Shirley Souza, recentemente enviou a mensagem abaixo para o Grupo Gagueira. A discussão em questão era sobre os aspectos hereditários da gagueira. Achei a mensagem muito simpática. Shirley tem 50 anos, é funcionária pública federal, formada em pedagogia, é paulista mas mora em Palmas-TO. Muito obrigado, Shirley. Continue a tecer suas opiniões.

Olá, apesar de algumas pessoas estudiosas, afirmarem que gagueira é hereditária, eu acredito mais na tese de que ocorre gagueira qdo a pessoa tem pré-disposição, mais especificamente, um alto grau de sensibilidade. Ocorre normalmente devido a acontecimentos como traumas, alto grau de repressão doméstica e em caso de familiares com gagueira, por imitação.
Eu tenho dois filhos praticamente adultos e graças a Deus falam fluentemente. Desde muito cedo eu os orientava para que prestassem atenção na fala do papai, avós, tias, primos e que eles não imitassem a mamãe nem por brincadeira pois poderia se tornar um hábito que instalado é muito dificil se livrar. Eu não sei essa atitude colaborou para que eles não tivessem tido o problema por convivência/imitação.
Há pessoas que não gostam de falar sobre o assunto com a família, mas por experiência própria, acredito que é melhor que todos tenham conhecimento da origem do problema, dos sentimentos com relação à limitação da fala, enfim, é importante haver um integração familiar para podermos contar com respeito, colaboração, força e etc.
Um grande abraço, Shirley.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Ajuda em Momento Muito Difícil

O texto abaixo é de autoria de Nilson Bispo. Natalense que foi ganhar a vida e estudar no Rio de Janeiro. Ele é Engenheiro Químico e atualmente faz Doutorado na mesma área. Ocupa uma posição que pouquíssimos brasileiros conseguem chegar. Pelos contatos que tenho com ele via MSN, percebo que é uma figura muito inteligente, amigo e verdadeiro. Enfrenta a gagueira com bastante bravura e vem progredindo em diversos aspectos. Em seu texto podemos perceber estas evoluções. Abraços, Nilson! Obrigado pelo texto.

Bem, para mim, o Grupo Gagueira apareceu em um momento de grande dificuldade. Tinha apresentado meu 1º seminário de mestrado e gaguejei muito na apresentação. Saí da sala arrasado, pensando em até desistir da pós devido a condição de não me expressar bem. Comentei com o grupo e o pessoal foi muito atencioso comigo. Recebi conselhos e ajuda, coisas que nunca tinha tido (nem da família, nem de amigos) até aquele instante como gago. Esses conselhos me ajudaram a buscar melhoras e a me aceitar como eu era. Desse modo, tinha amigos onde podia passar minhas experiências nas apresentações e situações do dia-a-dia. A cada melhora narrada recebia palavras de estímulo e de parabenização e via que minhas pequenas vitórias eram também incentivo para outras pessoas do grupo.

Gostaria de agradecer aos amigos do grupo pela força de encarar a vida de frente, não fugindo das situações e nem abaixando a cabeça diante dos problemas que surgem na nossa frente!

Valeu e obrigado a todos!

Nilson Bispo
Rio de Janeiro

sexta-feira, julho 14, 2006

Com Amor e Atenção dos Pais

Nosso associado Fabrício Neves tem uma experiência incrível com a gagueira. Ele não gagueja mais! Recentemente, no Grupo Gagueira, ele deu um pequeno depoimento sobre o seu processo de amadurecimento como ser humano e conseqüente libertação da gagueira. Esperamos que futuramente ele possa nos explicar melhor, dar mais detalhes sobre essa sua experiência. Creio que muita gente esteja interessada.

"Vejo que a presença da família foi muito importante em meu estado de gagueira. Tive sempre pais amáveis e atenciosos, mas, o que é típico de uma família conservadora, muito repressores. Quando saí de casa, aos 17 anos, ainda me sentia tão preso a eles e necessitado da presença de minha mãe que retornei à casa, sem terminar o curso. Durante grande parte de meu desenvolvimento psíquico estive sob a tutela de minha mãe, desde escolha de roupas até ligações para dentistas, acho que falei pouco com balconistas e médicos. Escolhi então fazer um curso próximo de minha casa, de modo que vivia uma situação meio transitória, entre a cidade de meus estudos e minha cidade natal. Sinto como se isto fosse um período em que estava me livrando da supracitada tutela. Bem, hoje eu estou muito longe de minha família. Quando cheguei, passei a prestar atenção à minha fala e em mim. Ganhei muita confiança. Uma angústia que sentia desde não sei quando, avaliava ser uma angústia da vida claustrofóbica que vivia, parou. Não gaguejo mais. Acho que muitos não vão acreditar, porque meu caso pode ser uma espécie de "indutivismo fraco", um caso que não corresponde à maioria, como os cisnes negros de K. Popper. Também não paro de pensar que os condicionantes são de outra ordem, mas tipicamente sociais, pelo menos no meu caso. Temo o discurso "biologizante" que vez ou outra aparece em nossa lista de discussão. Ao contrário do que disse antes, ele pode carecer de um "dedutivismo forte", ou seja, generalizar sem atentar para as especificidades do caso de cada um, como o caso dos cisnes brancos do citado autor. Espero ter contribuído com a discussão. Abraço a todos." Fabrício Neves

terça-feira, junho 20, 2006

Mudança de Atitude

A amiga Maria Theresa, ou somente Maitê, compartilha conosco alguns segredos, os quais ela sentiu alguma dificuldade para nos contar. Foi difícil para ela, pois nunca havia parado para pensar nos efeitos positivos que o Grupo Gagueira lhe proporcionara. E foram muitos. Tenho certeza que foram mais do que os relatados. O principal deles talvez tenha sido a participação dela na "Semana Internacional de Atenção à Gagueira", do ano passado. Uma modificação que só foi possível graças à troca de experiências dentro da lista de discussão. Ela termina agradecendo, mas somos nós que devemos agradecer os momentos que ela compartilha em nosso Grupo.

"Até 2004, nunca havia pesquisado na internet nada sobre gagueira. Foi então que me deparei com grupo de discussão gagueira. Com 1 ano e 8 meses de casa, mudei minha visão em relação a gagueira. Cenas de suicídios foram banidas dos meus pensamentos, porque não a culpo mais pelos meus fracassos. Passei a pesquisar mais sobre o assunto. Passei a ter esperanças de uma possível cura. Falar sobre gagueira, não me faz mais chorar. Não me sinto mais um patinho feio por falar não falar igual a todo mundo. Saí da minha concha e estou aproveitando as oportunidades que a vida tem me oferecido. Expor-me numa campanha, coisa que eu jamais tinha feito, e além do mais a respeito da gagueira!? Foi muito difícil para mim, mas mudei de atitude. Dei o meu relato na "Semana Internacional de Atenção à Gagueira", tremendo, suando frio, travando, mas eu fui. Não achava que era capaz. Surpreendi-me comigo! Assistia às matérias sobre gagueira na TV, me enchia de alegria, de dever cumprido. Conheci pessoas iguais a mim. Conversei com várias pelo MSN, através do áudio. Apesar do mesmo "problema", percebi que nenhuma gagueira era igual a outra. Cada pessoa tinha a sua particularidade. Pra mim, a gagueira parecia ser coisa de outro mundo, porque eu não conhecia ninguém que fosse assim, como eu. A cada dia estou melhorando. Só tenho a agradecer ao grupo. Meu muito obrigado a vocês!" Maria Theresa

domingo, junho 18, 2006

Mais Corajoso

Recentemente o colega Marco passou a participar do Grupo Gagueira. Em seu primeiro depoimento, achei interessante algumas coisas. Como por exemplo a importância de grupos de discussão sobre a disfemia, pois proporciona a muitos motivação de melhorar, coragem para enfrentar o dia-a-dia, o interesse para compreender melhor o assunto e o desejo de trocar experiências. Outro ponto é o absurdo dele ter passado por um tratamento que utilizava "pedrinhas na boca". É incrível como fonoaudiólogos despreparados para tratar gagueira estão atuando livrmente por aí. Pedrinhas na boca era o que fazia Demóstenes, orador da grécia antiga.

Vejam o que Marco escreveu para nós:

"Fiquei feliz com a acolhida pelo grupo...
Depois de anos sem falar sobre o assunto, achar esses grupos de discussão tão bem organizados e tão empenhados, me encorajaram.
Já passei por inúmeras fonoaudiólogas, com tratamentos diversos; comecei com exercícios bucais - silabação e até falar com pedrinhas na boca - tendo os últimos, trabalhado com suavização de fala e relaxamento. Quanto aos métodos, posso citar o de um terapeuta italiano chamado Piero D´erasmo, que agregava um modo de cantilena à fala e também o do famigerado Simon Wajntraub. Usei também um aparelho chamado Delay Audictory Feedback (mini - DAF), que atrasava a audição de sua própria fala, para a mesma sair compassada.
No meu caso, não tive resposta a esses tratamentos, o que considero de forma individual, já que vi inúmeras pessoas terem resultados bastante positivos com diversos deles.
Posso relatar mais detalhes, mas queria saber de alguma experiência de vocês e saber mais sobre as novas descobertas sobre o assunto." Marco Sarno.