"Pessoal, vou compartilhar com vocês um fato muito constante no meu dia-a-dia. Isso já vem acontecendo há muito tempo. Estou no limite, por isso resolvi postar isso aqui, talvez vocês possam me ajudar.Na última sexta-feira fui à padaria, a pedido da minha mãe, comprar mussarela e presunto. Ao ouvir a palavra 'presunto', já senti um frio na barriga. Pensei em não aceitar o pedido da minha mãe, mas decidi ir, porque queria saber como seria o meu desempenho diante da palavra, queria me superar, queria ser mais forte do que o meu medo. As palavras que contém 'R' na segunda letra são as que eu tenho mais dificuldades: BR, TR, PR ... etc. Mas lá fui eu, da minha casa à padaria só pensava na palavra 'presunto'. Chegando à padaria as batidas do meu coração estavam a mil. Fiz o pedido da mussarela, mas o pedido do presunto não consegui. Não cheguei nem a tentar falar a palavra. Sabia que iria ter problemas. A atendente ainda perguntou se eu desejava mais alguma coisa, eu apenas balançei a cabeça em sinal de negativo. O pior de tudo foi ver que a minha mãe não fez o que ela desejava por causa da falta do presunto, por causa da minha incompetência em falar 'presunto'. Isso vem acontecendo muito comigo e a cada vez me sinto muito mal, com um grande sentimento de inferioridade."
sexta-feira, novembro 10, 2006
"Mussarela Sim, Presunto Não"
A postagem de hoje é um texto enviado pelo colega A.H. (que preferiu o anonimato) ao Grupo Gagueira. O texto nos transmite bem a sensação de impotência e fracasso que o indivíduo com gagueira pode vivenciar. É interessante notar também como algumas palavras tornam-se altamente poderosas e, desta forma, são praticamente impronunciáveis. De acordo com a minha experiência, em virtude de uma terapia bem sucedida, posso afirmar que isso não é nada mais, nada menos que uma forma que encontramos, mesmo sem percebermos, para nos auto-sabotar. É a consolidação de uma crença, que é falsa! Tenho a certeza absoluta de que o colega A.H. consegue falar quaisquer das palavras que mencionou ter dificuldade. Essa questão, para ser superada, precisa de uma auto-comprovação de que consegue falar as temidas palavras, bem como perceber que o motivo para a "incapacidade" está na crença gerada.
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2 comentários:
.pois é comigo as vezes tambem acontece isso, mas a minha tatica que em 95%dos casos resolve é não pensar na palavra ,dias atras pediram pra mim ir na padaria tambem, o problema era (dois reais de pão) nesse dia minha tatica falhou ,oque que era pro senhor?
falou a balconista.apalavra dois reais de pão tava longe de ser pronunciada naquele momento.dai.tatica numero2:o problema era a pronuncia de dois reais de pão. o resto das palavras sairiam legal, enrrolei ela ,quanto custa isso ? quanto custa aquilo?esse bolo é de cocô
enquanto isso me acalmei,lembrei muito do conselho de uma fono se não me falha a memória li aqui nesse blog ,dizia assim:coloque na mente sua imagem de um bom fluente ,dai imaginei eu fazendo aqueles discursos longos pra minha esposa com quase 0% de gagueira,olhei para o balconista e com toda a segurança do mundo falei a heroica frase:me da dois reais de pão
moral da historia;
deu um olé na gagueira
um dible nela ,acho que quebrei a espinha dela
tive uma crise desgraçada mas acho que a balconista nem percebeu que so gago. ha !! so do grupo da gagueira .jcarlosmaia@bol.com.br ,
jcmaia2010@yahoo.com.br msn:jcpm1001@hotmail.com
João, gostei muito da sua saída. Não procurou truques ou qualquer outra bengala. Acreditou que conseguiria e pronto! É por aí. Precisamos modificar nossa forma de vermos o mundo, de vermos a gagueira e de nos vermos principalmente!
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